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23.02.2024 |  21h15 
rua dos mercadores, 136 — porto
entrada livre // free entrance



“Hand Eye Coordination”, filme prévio à trilogia que o segue nesta sessão com obras de Naomi Uman, é um engenhoso jogo entre ausência e presença. Recorrendo a técnicas de intervenção directa na película, aquilo que Uman opta por aqui tornar ausente e fazer visível ecoará nas obras em que a procura por estas figuras, gestos e relações com a manualidade e com o trabalho se tornam, de outra forma, manifestas.

“Kalendar”, “Unnamed Film” e “Vikna (Window)” são partes de uma trilogia de Naomi Uman. A artista regressa à pequena aldeia de Legedzine, de onde os seus antepassados terão saído num movimento de emigração para os EUA, para aí viver durante anos junto de uma família de agricultores. Os filmes são resultado da vivência prolongada de Uman junto desta pequena comunidade. Como em todo o seu trabalho, Uman interpreta a película e a montagem num paralelismo com o tecido e a costura: o entrelaçamento de partes como uma exploração temporal dos pequenos eventos que, juntos, enformam o mundo.



HAND EYE COORDINATION
(2002, 11min)

Recorrendo a imagens de mãos que trabalham e gesticulam, exploram-se, no filme, os modos como a mão afecta o que o olho percebe. Num trabalho auto-reflexivo, o filme revela o exercício da sua própria criação.


KALENDAR
(2008, 11min)

Em “Kalendar” desvela-se uma história sobre a aprendizagem da linguagem. Num esforço de decifrar um novo idioma, o ucraniano, Uman compreende que os nomes dos meses do ano têm manifestações concretas. Este filme, no seu silêncio, representa a porta que se abre quando se aprende uma língua, mas que permanece fechada até então. 



UNNAMED FILM
(2008, 55min)

“Unnamed Film” retrata a tentativa de Naomi Uman em compreender processos de imigração, partindo do passado da sua família. Regressando à aldeia de Legedzine, de onde, em 1906, os seus avós partiram em direcção aos EUA, e sem conhecimento da língua ucraniana ou dos contemporâneos habitantes da aldeia, Uman ensaia um retrato do quotidiano de uma vivência prolongada junto desta pequena comunidade de agricultores.



VIKNA (WINDOW)
(2008, 3min)

A televisão ucraniana, numa investigação sobre imigração americana na região, encontra Naomi Uman nos seus trabalhos diários na aldeia de Legedzine. “Vikna (Window)” é esse registo.



duração total da sessão: 80min
sessão e conversa em inglês 

sessão com opção de refeição vegetariana a 3€

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“Hand Eye Coordination”, a film preceding the trilogy in this screening of works by Naomi Uman, is an ingenious play between absence and presence. Using techniques of direct intervention on film, what Uman chooses to make absent and visible here will echo in the works in which the search for these figures, gestures and relationships with craftsmanship and labor become otherwise manifest.


“Kalendar”, “Unnamed Film” and “Vikna (Window)” are parts of a trilogy by Naomi Uman. The artist returns to the small village of Legedzine, from where her ancestors emigrated to the USA, to live for years with a family of farmers. The films are a result of Uman's prolonged experience with this small community. As in all of her work, Uman interprets film and editing in a parallel with fabric and sewing: the interweaving of pieces as a temporal exploration of the small events that, together, give shape to the world.




HAND EYE COORDINATION
(2002, 11min)

Using images of hands working and gesturing, the film explores the ways in which the hand affects what the eye perceives. In a self-reflective work, the film reveals the exercise of its own making. 



KALENDAR
(2008, 11min)

“Kalendar” reveals a story about language learning. In an effort to decipher a new language, Ukrainian, Uman understands that the names of the months of the year have concrete manifestations. This film, in its silence, represents the door that opens when one learns a language, but that remains closed until then.



UNNAMED FILM
(2008, 55min)

“Unnamed Film” portrays Naomi Uman’s attempt to understand immigration processes, starting from her family’s past. Returning to the village of Legedzine, from where her grandparents left for the USA in 1906, and without knowledge of the Ukrainian language or the village's contemporaries, Uman rehearses a daily portrait of a prolonged life with this small community of farmers.



VIKNA (WINDOW)
(2008, 3min)

Ukrainian television, investigating American immigration in the region, finds Naomi Uman in her daily work in the village of Legedzine. “Vikna (Window)” is that record.




total time: 80min
screening  and talk in english

screening with vegetarian meal option for 3€

Naomi Uman é uma cineasta e artista visual norte-americana, actualmente a viver na Cidade do México, licenciada pela CalArts em 1998. Tendo trabalhado em cozinhas durante muitos anos, decidiu dedicar-se a fazer coisas bonitas que durassem mais tempo do que uma refeição. Utiliza a película como se fosse tecido, lã ou pintura, combinada com uma exploração cinematográfica e temporal dos pequenos acontecimentos que moldam o nosso mundo. Os seus documentários experimentais são retratos íntimos e centram-se habitualmente no papel das mulheres e do trabalho manual, assim como tendem a reconhecer a presença deformadora da câmara na sua relação com o sujeito. Os seus filmes são, por norma, revelados manualmente ou trabalhados directamente na película, frame a frame. Uman leccionou no Museu de Belas Artes da Cidade do México, liderando oficinas de cinema artesanal.


Naomi Uman is an American filmmaker and visual artist, currently living in Mexico City, graduated from CalArts in 1998. Having worked in kitchens for many years, she decided to devote herself to making beautiful things that would last longer than a meal. Uman uses film as if it were fabric, wool or painting, combined with a kinematic and temporal exploration of the small events that shape our world. Her experimental documentaries are intimate portraits and usually focus on the role of women and manual labor, as well as tend to recognize the deforming presence of the camera in its relationship with the subject. Uman’s films are usually developed manually or worked directly on film, frame by frame. Uman taught at the Museum of Fine Arts in Mexico City, leading artisan film workshops.

*IMG. Kalendar (Naomi Uman, 2008)

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